Solanaceae

Cestrum subpulverulentum Mart.

Como citar:

Mary Luz Vanegas León; Marta Moraes. 2020. Cestrum subpulverulentum (Solanaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

65.099,584 Km2

AOO:

88,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019) com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, município de Castelo (Kollmann 6691), Vitória (Santos 984); MINAS GERAIS, municípios de Descoberto (Salimena 947), Ervália (Drummond s.n.), Espera Feliz (Junior 35), Juiz de Fora (Giacomin 143), Nova Era (Costa s.n.), Viçosa (Mexia 5462); RIO DE JANEIRO, municípios de Mendes (Konno 268), Nova Friburgo (Barros 4235), Petrópolis (Sucre 2699), Rio de Janeiro (Duarte 5247), Santa Maria Madalena (Santos 1539), Teresópolis (Rigon 746), Varre-e-Sai (Pontes 69). As coletas em São Paulo foram invalidadas pelo especialista Leandro Giacomin.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Marta Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvores e arbustos, de até 3 metros de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi coletada na Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila, Floresta Ciliar e em Área Antrópica associadas à Mata Atlântica nos estados Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apresenta EOO=56322 km², AOO=92 km² Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro, et al. 2009). Porém Cestrum subpulverulentum possui coletas recentes e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Além disso a espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy, et al. 2018). A espécie ocorre em diversas fitofisionomias, não existem dados sobre tendências populacionais, não são descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua conservação na natureza.

Último avistamento: 2015
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Flora 21(2, Beibl.): 65 (1838).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Área antrópica
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Arbusto ou árvore que habita a Mata Atlântica, na Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila, Floresta Ciliar ou Área Antrópica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Cestrum in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14653>. Acesso em: 10 Dez. 2019

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future regional high
Área largamente utilizada por atividades agropecuária, destacando o café no Estado do Espírito Santo e a cana-de-açúcar e pecuária no Rio de Janeiro (Lumbreras et al.,2004, Zoccal et al. 2006). No passado, a monocultura do café constituía a grande riqueza fluminense, influenciando o cultivo dos cafezais capixabas na região sul do estado. No entanto, erosão dos solos e a abolição da escravatura provocaram sua decadência, sendo substituído pelo plantio de cana-de-açúcar, principalmente na região norte-fluminense. Adicionalmente, o cultivo da cana-de açúcar, foi responsável pelo desaparecimento quase que completo das formações florestais (Fundação CIDE, 2001). A cana-de-açúcar, item mais expressivo da produção agrícola no fim do século XX, mantém-se como principal produto agrícola, com seu cultivo concentrado na região de Campos. Ainda hoje, o cultivo da cana e a produção do açúcar/álcool se posicionam com destaque na economia. No sul do Espírito Santo, o café continua sendo a principal atividade agrícola (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Zoocal, R., Assis, A.G., Evangelista, S.R.M. 2006. Distribuição geográfica da pecuária leiteira no Brasil. Revista Política Agrícola. Publicação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, n 4, 47-58.
  2. Lumbreras, JF., Carvalho Filho, A., Motta, P.E.F., Palmeri, F. Calderano, S.B., Baruqui, A.M., Pereira, N.R. Naime, U.J., Lemos, A.L., 2004. Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense - uma contribuição ao planejamento ambiental. Rio de Janeiro : Embrapa Solos,n 64, 21 p.
  3. Fundação CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro. 2001. IQM Verde - Índice de Qualidade de Municípios.
  4. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present,future regional high
Soffiati (2011) descreve a história da devastação das florestas estacionais do Norte-Noroeste Fluminense entre os períodos colonial e republicano. Inicialmente, a mata foi derrubada pela exploração madeireira, que visava madeiras nobres para uso na agroindústria canavieira, e depois pela agricultura extensiva cafeeira e a criação de bovinos. Em um cenário mais recente, é crescente a ocupação da pela monocultura do eucalipto na região Noroeste Fluminense (Burla, 2011), assim como no sul do Espirito Santo. Nesta região, o eucalipto é a segunda principal atividade agrícola, além de apresentar crescimento quando comparado ao café (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Burla, R.S., 2011. A cadeia produtiva da silvicultura como opção de desenvolvimento sustentável para as regiões norte e noroeste fluminense. Dissertação de Mestrado. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. 160p.
  2. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
  3. Soffiati, A.A., 2011. Breve estudo de eco-história sobre a utilização humana das florestas estacionais do norte-noroeste entre os períodos colonial e republicano. Vértices, 13 (2), 7-30.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Parque Estadual do Forno Grande (Kollmann 6691), RPPN Guilman-Amorim (Costa s.n.), APA Taboão (Junior 35), Reserva Municipal de Santa Cândida (Giacomin 143), Reserva Biológica de Araras (Ribeiro 486), Área De Proteção Ambiental De Macaé De Cima, Área De Proteção Ambiental De Petrópolis, Apa Da Pedra Branca, Parque Nacional Da Tijuca
Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Espírito Santo- 33 (ES), Território 30 Santa Maria Madalena, (RJ), Território 32 RJ, Território 10 - Centrominas.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.